80 ANOS DA MORTE DE FREI ORLANDO, PATRONO DO SAREx

20 de fevereiro de 2025 é a data que marca os 80 anos do falecimento de Frei Orlando, ocorrido nos campos de batalha da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Antônio Álvares da Silva nasceu na cidade de Morada Nova de Minas - MG em 13 de fevereiro de 1913. Filho de Itagyba Alvares da Silva e de Jovita Aurélia da Silva, ainda na tenra idade, ficou órfão de mãe em 1914 e de pai em 1916, o que fez com que praticamente nem viesse a conhecer seus pais biológicos.
Além de Antônio, outros oito irmãos ficaram órfãos, e os amigos de seu pai tomaram para si a responsabilidade de cuidar de todos. Seu pai adotivo, Sebastião de Almeida Pinho, foi um farmacêutico de Morada Nova de Minas. Fruto da criação pautada pela formação moral, respeito e obediência aos mais velhos, o jovem Antônio dedicou-se aos estudos com magníficos sentimentos de fé e piedade, seguindo o exemplo de seus novos pais.
Em 1920, fez sua primeira comunhão, frequentando assiduamente o catecismo com intenso fervor religioso. Aos 12 anos, ingressou no Colégio Seráfico de Divinópolis, onde estudou pelo período de seis anos.
Marco importante em sua trajetória, embarcou no dia 17 de fevereiro de 1931 para a Holanda, então com 18 anos de idade, para ingressar na Ordem Franciscana, em Hoogkrutz. Proferiu seus votos de fé em 8 de janeiro de 1932.
Em 1934, foi transferido para o Convento de Alverne de Wyclen, onde cursou Teologia Fundamental. Em 28 de setembro de 1935, os sinos de Morada Nova soaram e anunciaram que Antônio acabava de retornar. Com o regresso feliz de Antônio, Morada Nova viveu dias de festa e de preces. Festas pela sua presença. Preces para que ele prosseguisse em sua missão.
Em 24 de outubro de 1937, recebia ordens eclesiásticas. O jovem Antônio, em sua indumentária clerical, iniciava uma nova fase da vida. Deixava de ser Antônio para receber, na ordem, o belo nome de Frei Orlando.
Em 1938, foi nomeado padre espiritual do Colégio Santo Antônio, na cidade de São João Del Rei-MG, onde reuniu amigos e fundou a obra cristã e humana, a “Sopa dos Pobres”
Apresentando-se voluntariamente, Frei Orlando foi nomeado Capelão Militar em 13 de julho de 1944, atendendo a sua vontade de bem servir à causa do Brasil e ao santo mistério de Deus, na guerra.
Em deslocamento para a Itália no Navio "General Meigs", Frei Orlando celebrava missas e rezava o terço no tombadilho do navio. No dia 6 de outubro de 1944, os “pracinhas” atracaram no Porto de Nápoles.
Em 22 de outubro, na cidade de Pisa, Frei Orlando rezou sua primeira missa oficial na Itália para cerca de quatro mil soldados que, em coro, encerraram a cerimônia, cantando o Hino Nacional sob o som longínquo de estrondo de canhões inimigos.
Frei Orlando fazia questão de estar na linha de frente, onde as agruras da guerra eram mais latentes. Nesse cenário, “nossos companheiros não podiam tombar sem assistência espiritual”, dizia ele.
Durante a guerra, teve cinco dias de folga e foi à Roma, juntamente com o Capitão Rafael Rodarte, onde teve a oportunidade de visitar o Papa Pio XII, que fez concessão especial a Frei Orlando, autorizando-o a celebrar uma missa na Catedral de São Pedro.
Na manhã de 20 de fevereiro de 1945, deslocava-se para visitar a 6ª Companhia. Seguia a pé quando o Capitão Francisco Ruas Santos o convidou para se deslocar em seu jipe. Em dado ponto da cota 789, as rodas do jipe se detiveram em uma pedra, um sargento italiano tentou retirar a pedra com a coronha de sua arma, ocasionando um disparo acidental que atingiu mortalmente Frei Orlando.
Frei Orlando granjeou o respeito e a admiração de todos os integrantes de sua Unidade por seu destemor e abnegação, além da sua luta em levar o conforto e a palavra de encorajamento aos combatentes, onde quer que estivessem.
Frei Orlando venceu o frio e o medo, caminhou entre as trincheiras na linha de frente do campo de batalha, sem deixar de exibir seu largo sorriso. Ele evidenciou alegria para bem servir ao próximo e sua célebre frase dizia: “passei pela vida sempre rindo, embora tivesse muitos motivos para chorar!”